
Ato com Bolsonaro reúne governadores e parlamentares com críticas ao STF e à Justiça..
- Wadson Bahia

- 29 de jun.
- 3 min de leitura
Bolsonaro participou de ato na Avenida Paulista.
Em seus discursos, os oradores mantiveram o foco em críticas ao Judiciário, especialmente ao STF.
A manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (29), na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu deputados federais, senadores e governadores. O ato teve como principal objetivo pressionar contra o julgamento do ex-presidente no STF (Supremo Tribunal Federal), onde ele é réu por tentativa de golpe de Estado.
Entre os presentes estavam os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC) e Cláudio Castro (PL-RJ). Também marcaram presença o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), e o líder da oposição, Tenente Coronel Zucco (PL-RS), além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em seus discursos, os oradores mantiveram o foco em críticas ao Judiciário, especialmente ao STF.
Bolsonaro criticou a Justiça Eleitoral e afirmou que, na campanha de 2022, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva podia fazer “qualquer coisa”.
" A mão pesada do Tribunal Superior Eleitoral fez-se valer na balança. Eu era proibido de fazer tudo, o outro lado podia fazer qualquer coisa”, declarou. O ex-presidente também afirmou que conceder anistia aos condenados pelo 8/1 “é o caminho da pacificação”. ”Esperamos que essa anistia tenha o apoio dos outros dois poderes além do Legislativo", disse.
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, afirmou que há uma perseguição seletiva contra parlamentares da direita.
" A Justiça precisa ser imparcial. Hoje, temos 65 deputados investigados pelo Supremo, sendo 39 do PL. Os demais são de partidos de centro ou de direita. Já está claro o que querem: perseguir possíveis candidatos ao Senado da direita com chances reais de vitória. Quero prestar homenagem, aqui na Paulista, aos que estão sendo perseguidos pelo Judiciário brasileiro — como Daniel Silveira, Carla Zambelli e tantos outros. Vamos aplaudir esses guerreiros”, disse.
Já o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) optou por discursar em inglês, em uma tentativa de enviar uma mensagem internacional sobre a situação política do Brasil.
" Nós somos o povo brasileiro, amantes da liberdade. Estamos mais uma vez nas ruas para lutar por nossa liberdade. Nosso país está à beira de se tornar uma ditadura. Mas este homem (em referência a Bolsonaro) está lutando contra isso. Ele está dando a vida por todos nós. Entendam o que está acontecendo aqui, porque isso vai acontecer no país de vocês também. Nosso sistema judiciário é hoje o maior risco à nossa democracia. Mas nós não vamos desistir. Vamos continuar lutando. Vamos continuar gritando pela verdade.”
O senador Flávio Bolsonaro também criticou o STF e afirmou que o pai é alvo de um processo com resultado antecipado:
" Estamos assistindo a um processo de erosão, um verdadeiro vale tudo para destruir. Querem colocar a cabeça da maior liderança política deste país em uma bandeja. Estão atacando um homem honesto, patriota, humilde e amado pelo povo brasileiro. Agora, eu pergunto: vamos aceitar um processo manipulado, com uma sentença que já estava escrita antes mesmo do processo começar?
Já o governador Tarcísio de Freitas criticou os rumos da política econômica do governo federal e mencionou o prejuízo dos Correios como símbolo da má gestão.
" Olhem o prejuízo dos Correios, olhem o que estão fazendo com o Brasil. Eu pergunto: o país ainda aguenta? O Brasil não aguenta mais a desfaçatez, não aguenta mais o gasto desenfreado, não aguenta mais a política de campeões nacionais — porque eles voltaram. Não aguenta mais a corrupção, nem um governo gastador com juros altos. Quem paga essa conta são vocês: o pequeno empresário, o pequeno produtor. O Brasil também não aguenta mais aumento de imposto”, afirmou.
Como em atos anteriores, cada orador abordou um tema específico. Além das críticas ao STF, também foram alvos de protesto o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — revogado pelo Congresso — e supostas fraudes no INSS.
O ato marca mais uma tentativa de Bolsonaro de mobilizar sua base política em meio às investigações que atingem ele e aliados próximos.





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