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O silêncio de Jerônimo com a crise no sistema prisional, os interesses políticos das greves e a retaliação do PT

Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues Crédito: Amanda Ercilia/GovBa



É ensurdecedor o silêncio do governador Jerônimo Rodrigues (PT) diante da enorme repercussão, inclusive nacional, que tomou o caso envolvendo a fuga do presídio de Eunápolis, que ocorreu no final do ano passado, mas teve os detalhes do processo divulgados nesta semana. O fato é que o caso parece roteiro de filme, com romance, compra de voto e regalias das mais diversas para presidiários dentro do sistema, o que, na prática, demonstrou que o presídio de Eunápolis estava sob o controle do crime organizado. É de espantar que o governador não tenha dado uma declaração oficial condenando a situação ou tomando alguma atitude. Talvez isso explique um pouco porque o sistema prisional da Bahia, que enfrentou três fugas em poucos meses, esteja passando por uma crise profunda, assim como a segurança pública do estado.


Na corda bamba

O secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap), José Castro, parece estar com os dias contados após os recentes casos envolvendo o sistema prisional da Bahia. Além de uma nova fuga ter sido registrada, no presídio de Teixeira de Freitas, a divulgação de detalhes do caso de Eunápolis aumentou ainda mais a pressão interna sobre o secretário, que é indicado pelo MDB. Fontes do governo dizem que Castro está sendo pressionado a renunciar ao posto. Interlocutores com trânsito no Palácio de Ondina confidenciaram que o próprio governador Jerônimo Rodrigues (PT), a aliados próximos, revelou o desejo de demitir Castro, mas avisou que não quer criar ruído com o MDB.


Interesses políticos

Que as greves dos professores de Salvador e Lauro de Freitas são políticas e atendem a interesses partidários todo mundo já sabe, mas a coluna apurou que a situação é ainda mais grave. Em Salvador, a disputa entre PSOL e PCdoB tem se agravado. Do lado psolista está Denise Souza, esposa do deputado estadual Hilton Coelho, enquanto a direção da APLB é historicamente ligada aos comunistas. Ambos os grupos disputam o protagonismo da greve, que é utilizada pelo movimento de Denise e Hilton para alavancar apoios para o deputado nas eleições do próximo ano. A situação tem irritado lideranças da APLB, que acusam, nos bastidores, o coletivo de Denise de usar a greve para tomar o espaço da entidade ligada aos comunistas. Enquanto isso, quem perde são os alunos da rede municipal e os pais, que são deixados de lado pelas lideranças grevistas, cujos interesses são cada dia mais claros.


Regalias cortadas

Em Lauro de Freitas, a situação é similar. Por lá, segundo apurou a coluna, dirigentes do sindicato dos professores queriam manter as mesmas regalias que tinham na gestão da ex-prefeita Moema Gramacho (PT), mas não tiveram sucesso com a nova administração. Sem contar que, além de descumprir a ordem judicial que determinou o fim da greve, os líderes do movimento estão incitando e até ameaçando profissionais a aderirem.


Retaliação estatal


O processo de eleições internas do PT para a escolha de presidentes dos seus diretórios locais não teve nada de democracia. Em Itabuna, por exemplo, há denúncias públicas de que a máquina do governo do Estado foi usada para prejudicar uma chapa que não contava com a simpatia da cúpula petista. Segundo relato do atual presidente, Jackson Moreira, petistas foram demitidos da Biofábrica em Itabuna porque não apoiavam a candidatura concorrente, de Nina Rosa. Há ainda a queixa de que o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, teria condicionado a assinatura de um contrato do Governo com a Biofábrica ao apoio expresso à candidatura de Nina. Resultado: Nina alcançou 1.589 votos contra apenas 124 de Moreira, ligado ao ex-prefeito Geraldo Simões. Dizem, inclusive, que essa expressiva derrota imposta ao grupo de Simões foi uma retaliação pela “rebeldia” dele em não apoiar a reeleição de Augusto Castro (PSD), depois que o próprio rifou sua candidatura em 2024.


Saldo amargo

Por falar em eleições do PT, o saldo que ficou para a militância, especialmente a da velha guarda, é que o senador Jaques Wagner passou o rolo compressor contra quadros históricos do partido, sob o argumento de promover uma renovação geracional. O ponto é que tal renovação, para os cabeças brancas da legenda, aconteceu a fórceps com a ascensão de assessores do senador a postos de liderança sem a devida experiência para conduzir questões complexas e sendo posicionados como meros emissário do galego. Passada a votação, muitos ainda sentem o gosto amargo da condução nada democrática de Wagner. A candidatura do ex-presidente Jonas Paulo foi, para muitos, um protesto público contra a tirania disfarçada de democracia interna.


 
 
 

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