Médica de 88 anos passa 50 dias intubada em UTI, se cura da covid-19 e retorna ao trabalho...
- Wadson Bahia

- 26 de jun. de 2020
- 5 min de leitura

Um exemplo de profissionalismo e dedicação. essa é a história de uma médica Cirurgiã Angelita Gama que retornou ao centro cirúrgico, com menos de um mês após receber alta hospitalar e a nobre Doutora guerreira ainda não pensa em se aposentar.
Assim a médica Angelita Habr-Gama, de 88 anos, descreveu ao jornalismo o seu retorno ao centro cirúrgico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo (SP), no dia 4 de junho de 2020, como: "Um período de recomeço".
Visto que, naquele dia, ela conduziu a sua primeira cirurgia após retorno ao seu serviço, logo após passar 50 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospital em que trabalha, após contrair a covid-19.
Que a referida Médica é uma das mais renomadas gastroenterologistas do nosso país. Infelizmente a Doutora Angelita se tornou uma paciente, e em estado grave, isso aconteceu em meados de março, onde os pulmões dela foram comprometidos pela covid-19, com muita dificuldades para respirar pelas vias naturais, a médica teve de ser intubada. Que mesmo não tendo comorbidades, como se sabe, a médica era considerada do grupo de risco em razão da idade.

Disse a Doutora:
"Não achei que resistiria. Era um quadro muito grave", diz Angelita ao respeitado jornalismo da BBC News Brasil.
Sabemos que a médica foi internada em 18 de março. E que na data, segundo dados públocos do Ministério da Saúde, havia 428 casos do novo coronavírus no Brasil e quatro mortes confirmadas. E que quando a médica recebeu alta, no dia 10 de maio de 2020, eram mais de 161,6 mil casos e 11 mil mortes pelo vírus no país.
Vale aqui lembrar que, a respeitada Doutora Angelita não acompanhou o início do crescimento exponencial de registros de covid-19 no país, que atualmente tem mais de 1,2 milhão de casos e 55 mil mortes. Intubada e sedada na UTI, comentam que a mesma só soube da situação horas após recobrar a consciência.
Continua a doutora:
"É um vírus muito agressivo. Ele se propaga com muita facilidade e como ainda não se conhece muito sobre as características dele, é mais difícil tratar. Mas é preciso ser otimista. É grave, mas nem sempre é letal", reflete a cirurgiã.
Da UTI à recuperação:
Em fevereiro, a médica Angelita e o marido (foto), o também médico Joaquim José Gama, viajaram para a Europa. Depois, foram para Jerusalém, onde participaram de um congresso internacional de Medicina. Referência em coloproctologia, área que estuda doenças do intestino, grosso, reto e ânus, a médica é presença constante em eventos da área da saúde em diversos países.
Em 28 de fevereiro, o casal retornou ao Brasil. Em 8 de março, a médica deu uma festa para cerca de 400 pessoas em comemoração ao lançamento de sua biografia "Não, não é resposta", assinada pelo escritor Ignacio de Loyola Brandão.
Dias depois, a médica Angelita apresentou sintomas da covid-19. Ela teve febre e tosse intensa. Quando procurou atendimento médico, não acreditava que pudesse ser um caso do novo coronavírus. "Ainda havia poucos casos no país", justifica.
Uma tomografia apontou que os pulmões dela estavam comprometidos, com característica semelhante à de pacientes com o novo coronavírus. Um exame confirmou que a médica estava com a covid-19. Que o marido ( foto) dela também foi infectado, porém apresentou sintomas leves.
A cirurgiã acredita que possa ter contraído o vírus durante a viagem internacional. Ela, porém, não descarta a possibilidade de que tenha sido infectada no lançamento do livro, em que distribuiu beijos e abraços entre os convidados.
E que Angelita foi internada. O quadro de saúde dela piorou. A febre ficou mais intensa e ela não conseguiu mais respirar naturalmente. Ela foi intubada dois dias depois de chegar ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "A partir dali, não me lembro de mais nada", revela. Ela permaneceu sedada na UTI.
No Oswaldo Cruz, do qual faz parte há 60 anos, a médica teve intenso apoio para a recuperação. Contou com equipe multidisciplinar, com profissionais como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Angelita considera que a assistência que teve foi fundamental para que pudesse ter uma boa recuperação.
A médica, porém, admite que essa não é realidade da grande maioria dos brasileiros. No país, há diversos relatos de pacientes com a covid-19 que morrem à espera de leitos de UTI. "Dar uma boa assistência ao paciente é fundamental para que ajudá-lo a ter uma boa recuperação", comenta Angelita.
Ela reagiu bem ao acompanhamento que recebeu. Em 10 de maio, a médica teve alta. Na data, o hospital emitiu um comunicado. "Angelita Gama é uma referência para todos nós. Vê-la curada, depois de uma intensa batalha contra o vírus, renova nossa confiança na Medicina, na Ciência, na luta para salvar vidas e traz imensa alegria a todo o corpo clínico e assistencial da instituição", disse nota divulgada pela unidade.
Em virtude do período de intubação, ela teve perda de peso e fraqueza muscular. Em casa, deu início a um acompanhamento para se recuperar totalmente da covid-19. "Progressivamente, as coisas foram voltando ao normal. O meu paladar voltou, passei a me alimentar bem e fiz muitas sessões de fisioterapia respiratória", conta.
"Sou uma pessoa forte e saudável, sempre fiz esportes. Sobretudo, tenho muita vontade de viver. Acredito que isso me ajudou a reagir bem à doença", diz.
No período em casa, aproveitou para ler e aprender mais sobre o novo coronavírus. Em 1º de junho, ela voltou a atender no consultório médico. "Estou totalmente recuperada. Não tive sequelas", comemora.
A volta ao centro cirúrgico:
Essa volta aconteceu três dias depois de retornar aos atendimentos, onde a médica Angelita voltou a conduzir procedimentos cirúrgicos, se sabe que nos últimos 20 dias, estima que ela tenha feito pelo menos 10 cirurgias. Diz a médica "Foi uma delícia voltar a trabalhar".
As intervenções cirúrgicas das últimas semanas variaram de uma a quatro horas. Primeira mulher a se tornar titular em cirurgia do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, Angelita afirma que o seu desempenho atual é o mesmo que tinha antes da covid-19.
No atual cenário da pandemia, a médica, que estima ter feito mais de 50 mil cirurgias ao longo da carreira, tem realizado poucas cirurgias. Isso porque as operações eletivas reduziram em todo o país, em decorrência dos protocolos adotados nas unidades de saúde em meio ao avanço do covid-19.
Relata a doutora:
"Temos feito apenas os casos mais importantes, como um tumor que não pode esperar muito tempo, uma infecção abdominal ou uma hemorroida que está causando muita dor. Estamos focando nos casos mais graves".
Uma médica de carreira profissional linda, a médica é Vencedora de mais de 50 prêmios ao longo da carreira, Angelita, que ingressou em Medicina na USP aos 19 anos, não pensa em se aposentar. Para ela, a covid-19 é apenas mais um episódio, em meio a tantos outros de sua vida.
Complementa a Doutora:
"Não foi fácil vencer a covid-19, mas depois que venci essa barreira, as coisas se tornaram ainda mais agradáveis. Eu quero continuar exercendo a minha profissão. Estou bem de saúde e intelectualmente. Assim, vou levando a vida."
Recomendações nossas:
Como sabemos que atualmente não existe vacina para prevenção de infecção por COVID-19, a melhor maneira da gente prevenir é evitar a exposição ao vírus.
Obedecendo as medidas, bom fazer com frequência a higiene das mãos com água e sabão ou preparação alcoólica com Álcool em gel, não saia de casa, se precisar sair, use máscara sempre, evite aglomerações, não tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos, no momento, evite contato próximo com pessoas, até de nosso convívio, infelizmente, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável, limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência. Enfim, o objetivo é evitar um crescimento acelerado no ritmo de casos, isso não vale necessariamente para uma pessoa, vale para uma cidade inteira, um país inteiro, vale para o mundo! ( blognoticiasbahia.com )
Fonte: bbc.com





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